30/05/2005 - Revitalização portuária no Porto de Belém

Três galpões portuários do início do século, em Belém, foram reciclados com projeto de autoria dos arquitetos Paulo Chaves Fernandes e Rosário Lima. A Estação das Docas hoje abriga atividades de comércio, lazer e cultura, sintetizando o projeto de urbanização e preservação desse patrimônio arquitetôniA Estação das Docas faz parte de uma série de trabalhos que os arquitetos vêm realizando em lugares outrora abandonados na capital paraense, como a reforma da antiga residência do governador, hoje um parque, e a recente transformação da Igreja de Santo Alexandre, no centro histórico da cidade, em Museu Barroco. O conjunto é composto de três galpões em estrutura metálica pré-fabricada inglesa, do início do século, que se encontravam abandonados e deteriorados.
As antigas construções foram transformadas em galerias comerciais e espaços culturais, compondo uma espécie de “parque temático” à beira da baía do Guajará. A área total de intervenção é de 23 mil m2. A idéia de preservar a imagem do antigo porto, também simbolizada pela manutenção dos guindastes, é uma maneira de expor o patrimônio histórico da cidade. As construções foram desenhadas com imagens próprias, distinguindo o novo do antigo. Cada galpão recebeu um uso temático, que define o grupo de atividades e divide as funções. O galpão 1, Bulevar das Artes, abriga um pequeno museu do porto, uma mostra dos achados arqueológicos de antiga fortaleza descoberta durante as obras. Como áreas de entretenimento, há um bar e uma cervejaria.Um mezanino, construído segundo a lógica estrutural do galpão, oferece espaços para serviços em geral.
O acesso a ele é feito por escadas rolantes dispostas nas duas extremidades, próximas das entradas. Uma estrutura espacial metálica em balanço, feita como uma extensão do beiral original, serve de varanda, com mesas para o público. O segundo galpão, localizado no centro do conjunto, é o Bulevar da Gastronomia e abriga cinco restaurantes. Sua disposição interna é semelhante à do primeiro, também com mezanino e marquise externa. As atividades culturais, implantadas no galpão 3, Bulevar da Cultura, obrigaram os arquitetos a mudar a lógica de intervenção interna.
Um auditório para 450 pessoas e um salão de exposições compõem o programa principal. As vedações em vidro, padrão do projeto para abrir os edifício para a vista da baía, foram feitas pelo sistema de folha dupla com revestimento de madeira voltado para o interior, resolvendo a questão acústica.A comunicação entre os galpões ocorre por passagens cobertas por policarbonato e fechadas por vidro, para manter a continuidade visual entre a cidade e a baía. Uma quarta edificação, menor em tamanho, foi reformada e mantém seu uso original de terminal hidroviário, que, acompanhado de uma plataforma flutuante para embarque e desembarque de passageiros, estabelece a comunicação do conjunto com a baía. Um dos aspectos mais singulares do projeto foi a utilização dos guindastes rolantes internos dos galpões para sustentar um palco móvel, permitindo a conjuntos musicais, por exemplo, apresentar-se deslocando-se ao longo da edificação.


 
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